Saúde

Setembro Amarelo: 4 sinais que indicam possível enquadramento em contexto suicida

 

 

Cada caso é um caso e não é possível generalizar; porém, algumas características se assemelham e podem ser sinais de alerta, explica médico psiquiatra Ariel Lipman, da SIG Residência Terapêutica

Crédito: Canva

 

São Paulo, setembro de 2022- Por muito tempo, falar de suicídio foi visto como um grande tabu e, apesar de o assunto ainda ser muito delicado, hoje em dia é  mais comentado, principalmente durante o mês de setembro, quando é colocada em evidência a importâmcia da conscientização sobre o suicídio.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a cada 40 segundos há um caso de suicídio ao redor do mundo. Uma pessoa em situação suicida, de forma geral, perdeu a esperança na vida; sendo assim, o apoio é fundamental. “O e no momento de dificuldades impostas pelo desejo de morrer é essencial, mas não exclui a urgência de acompanhamento especializado, como de psicólogos e psiquiatras”, explica o Dr. Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG Residência Terapêutica.

“O suicidio é ainda um tabu, pois muitas pessoas não o compreendem e há muito preconceito que envolve a problemática, fato que faz com que os pacientes não procurem ajuda, pois muitos deles sentem vergonha ao falar sobre o assunto”, acrescenta o especialista.

A prática é censurada, pois muitos indivíduos associam o suicídio a um ato egoísta – e  esse pensamento gera um sentimento desconfortável,  que causa sensação de incômodo e, portanto, a exclusão da temática acontece. “Não falar sobre suicidio não irá fazer com que ele seja extinguido, muito pelo contrário. O correto é discutir a questão para que a desinformação seja combatida, mas isso tem que ser feito do jeito correto, sem romantizar ou banalizar o problema”, complementa o médico.

Sendo assim, o psiquiatra discute alguns sinais que podem ser indício de que alguém  possa estar inserido em um contexto suicida. “Cada caso é um caso e a generalização de ações é impossível, porém, algumas características se assemelham em múltiplas circunstâncias. Lembrando que a análise deve ser feita sempre por um especialista e que, em todos os cenários sérios, é preciso acompanhamento médico”, comenta Lipman.

 

  • Atenção às palavras – não é só o corpo que fala

 

Devido à psicofobia e também à romantização de obstáculos problemáticos à saúde mental, é comum nos deparamos com brincadeiras que envolvem frases como “quero me matar”, “nao o mais viver”. Por causa dessa banalização, palavras como essas podem ar despercebidas pela sociedade e, em muitos casos, envolvem uma questão séria e são invalidadas. Portanto, como diferenciar ações verbais que se referem ao suicídio de uma “brincadeira”, mesmo que de mau gosto?

Nas palavras do especialista: “A maneira como o indivíduo fala, a entonação de suas palavras e o cenário atual em que a pessoa está inserida deve ser avaliado. De todo modo, quando alguém diz “quero morrer”, seja como piada ou não, a frase refere-se sempre a um desconforto. A diferença é que depende de como a pessoa lida com a situação: pode estar elaborando bem, o que é visivelmente colocado, ou há a possibilidade de estar inável sustentar a vida”, resume o psiquiatra.

 

  • O que antecede a situação atual da pessoa? 

 

O psiquiatra defende a necessidade de atenção ao que precede a atual vivência de um possível indivíduo suicida. “Ao estudar sua história, é possível identificar raízes de problemas que podem vir a desencadear pensamentos suicidas ou até mesmo a ação. Por isso, mais uma vez falo sobre a importância do acompanhamento profissional. É necessária a compreensão de que uma reação suicida é um sintoma que, como qualquer outro, pode ser driblado a partir da melhora do quadro como um todo – o foco há de ser o problema, nunca o resultado. É uma consequência”, esclarece o dr. Lipman.

Para que possa ser enfrentado de maneira adequada, é necessária a atenção a partir do que causa o efeito suicida. Se, por exemplo, o paciente está deprimido e por isso encontra se em um cenário de possível sucidio, normalmente, o quadro da depressão melhorando, melhora também a situação em relação ao suicídio.

 

  • Observe o cenários que envolvem o indivíduo em questão

 

Como dito anteriormente, não existe nenhuma ação especial e geral que sinalize comportamentos suicidas, a não ser que seja voltada para o ato – por exemplo, é sabido que, após uma tentativa de tirar a própria vida mal sucedida, a chance de que a situação ocorra novamente é alta.

Entretanto, pessoas enfrentando momentos difíceis e desconfortáveis estão fragilizadas. “Dificuldades existem na vida de todos os seres humanos, sem exceção, o que difere é como as pessoas a enfrentam e, portanto, suas capacidades de superação”, cita o dr. Ariel. Assim, o cenário pode vir a ser um aspecto importante para a compreensão de possíveis cenários suicidas e, principalmente, como o indivíduo age perante as circunstâncias.

 

  • Alerte-se a mudanças comportamentais repentinas

 

“Mudanças bruscas de comportamento, um discurso entristecido constantemente desesperançoso, frases como ‘queria desaparecer’ ou ‘gostaria de não existir mais’ são indicativos que algo pode estar errado”, explica o psiquiatra.

A alteração rápida de conduta é uma das principais evidências que envolve indivíduos suicidas. Como antes evidenciado, os motivos para que alguém se enquadre no contexto podem ser muitos e diferem entre si, ao depender da realidade. “Existe um debate filosófico sobre se todo paciente no cenário de tirar a própria vida possui algum tipo de transtorno mental: nem todos, mas a larga maioria. Psicopatologias como a depressão, transtornos bipolares, esquizofrenia, TOC e até mesmo a dependência química grave são situações que podem levar o paciente a cometer ou ter pensamentos suicidas”, cita o médico.

A partir da discussão, as mudanças de comportamento podem ocorrer devido a transtornos, ou não. “Sendo assim, é importante classificar cada situação como singular, cada paciente é único e necessita de atenção de um cuidado individualizado”, finaliza o psiquiatra.

 

Sobre a Sig – Fundada em 2011, no Rio de Janeiro, a Sig Residência Terapêutica, surgiu com o propósito de trazer um novo olhar em transtornos de saúde mental, com um tratamento humanizado, inclusivo e visando a ressocialização do paciente. Conta com 3 unidades, sendo duas na cidade do Rio de Janeiro e uma em São Paulo. Atualmente é gerida pelos sócios Dr. Ariel Lipman, Dra. Flávia Schueler, Dra. Anna Simões, Elmar Martins e Roberto Szterenzejer.

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